sábado, 17 de janeiro de 2009

Conto I

Regina sabia que o queria. Por que então o evitava? Claro, ela andou se decepcionando bastante nos seus últimos relacionamentos. Primeiro, o garoto da escola nada popular e com apelido engraçado que não assumia o namoro por motivos nada compreensíveis: diferença de classe social. Por ela ser mais privilegiada financeiramente do que o garoto, ele tinha medo do relacionamento. Na verdade, esse sempre foi um empecilho bastante comum na vida social de Regina. As piadas, na infância, e, na adolescência, essa barreira nos relacionamentos. Ela já deveria ter se acostumado. Segundo, o garoto totalmente popular do colégio. Com este, sim, ela se decepcionou como nunca, quando, em uma festa, ele beijou uma garota que provocava, em Regina, repulsa. Mas os dois garotos tinham algo em comum: eram lindos. Ah... disso ela se orgulhava e até se gabava. Podia garantir: tinha bom gosto. Talvez, esse fosse justamente o problema e o porquê pelo qual Regina não se entregava. Abelardo não era nada bonito. Ela o fitava de longe, em vão, procurando um ângulo que o deixasse ao menos apresentável. As suas cartas foram, em vão, redigidas. Regina não as respondeu. No fundo, ela sabia o que sentia. E se ele só quisesse brincar com os sentimentos dela como fizeram os outros meninos que roubaram o seu coração? Mas Regina só tinha 17 anos... era tão jovem. Como podia armazenar tanta decepção no seu coração? Ela sempre fora muito sensata. Nunca fizera algo para chamar de loucura. Sua família tradicional impedia também, apesar de nunca haver partido do seu interior uma vontade tão intensa quanto a que sentia agora por fazer algo impensado, irracional, guiado apenas pelo desejo. Decidiu, então, que o procuraria. Se desprenderia de todos os seus preconceitos e padrões de beleza e procuraria o garoto. Passou pelas pessoas, sem as ver realmente, buscando o seu amor. Passou pelas mesas que estavam no jardim. Será que nunca o encontraria? Onde ele estaria? E decidiu, por fim, ir ao lugar favorito de ambos: a piscina. Ao chegar lá, teve a visão que buscava: ele estava lá, com a calça dobrada até os joelhos com uma camisa branca de botões, sentado na borda da piscina e estava lindo. Era só uma questão de abrir a mente. Eram necessárias lentes que ultrapasassem o aparente.

Artificial

Procuro encontrar uma sinceridade ausente nos seus olhos
Procuro encontrar uma inocência há tempos perdida
Procuro encontrar uma verdade que não se encontra em você
Será que você realmente existe?
Eu visualizo em você um reflexo do mal
Por que você não some com a mesma velocidade com que chegou?
Por que eu estou me preocupando com você?


por Beatriz

Virar

O que é virar uma página pra quem já virou o século?
E quem não virou uma noite?
Viu os anos 60, 70 e 80 virarem moda?
Tudo um dia pode virar de cabeça pra baixo.
Mas é sempre possível virar o jogo.
Virar a mesa e o tempo a seu favor.
Ver um sonho virar realidade.
Tudo pode virar festa.
É só virar o calendário e deixar o ano velho virar ano novo.


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